A desnutrição é um estado patológico que se caracteriza por um desequilíbrio do balanço energético, isto é, uma insuficiência do aporte energético em relação às necessidades do organismo. Numa pessoa idosa, a desnutrição adota uma forma particular : falamos de desnutrição energético-proteica. Define-se por uma carência em proteínas e em energia, frequentemente acompanhada por uma carência em vitaminas e em oligoelementos.
Segundo a Alta Autoridade da Saúde de França(2007), a desnutrição atinge :
No envelhecimento normal, as modificações do organismo favorecem a ocorrência de desnutrição. O avançar da idade pode fazer-se acompanhar de perturbações do apetite que podem conduzir a um consumo alimentar insuficiente. Falamos então de anorexia do envelhecimento para explicar este fenómeno.
| DRI* para pessoas idosas | DRI* para pessoas idosas desnutridas |
Energia | 36 Kcal/Kg peso corporal | Até 40 Kcal/Kg peso corporal |
Proteínas | de 1,0-1,2 g/Kg peso corporal | Até 1,5 g/Kg peso corporal |
* Ingestão Diária Recomendada para a população francesa. Martin A. et al. Tec & doc, 3e édition, Paris 2011
A desnutrição pode ser:
Existem também muitas ideias pré-concebidas sobre a alimentação das pessoas idosas.
De facto, há pessoas que pensam que as necessidades energéticas diminuem com a idade, apesar de os aportes energéticos deverem ser, no mínimo iguais aos de jovens adultos.
Nas pessoas idosas, a desnutrição é um ciclo vicioso já que cada evento associado à desnutrição altera consideravelmente o estado nutricional do paciente. A insuficiência do aporte energético traduz-se normalmente numa perda de peso. Daí resulta um estado de fragilidade que se traduz por sua vez em episódios patológicos cada vez mais longos e frequentes. É difícil de voltar a um bom estado nutricional uma vez desencadeado o processo de desnutrição.